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Tecnologia e inovação: Construindo um futuro inclusivo para todos

Por Fernando Santos – Presidente da Assespro-MG

O Desenvolvimento tecnológico tem sido uma das principais forças motrizes do progresso econômico de qualquer país, não é possível pensar em desenvolvimento econômico sem pautar tecnologia e inovação, mas é preciso lembrar que o verdadeiro potencial quando falarmos sobre este tema vai muito além do lucro. Quando usada de maneira estratégica, ou seja, sendo meio e não fim, a tecnologia tem o poder de transformar a sociedade, criando um futuro mais inclusivo, onde todas as pessoas independentemente de gênero, raça ou condição socioeconômica possam participar e prosperar.

Em um cenário global que segundo o IDC (International Data Corporation) o mercado de tecnologia é avaliado em US$ 5 trilhões e continua a crescer entre 4% e 5% ao ano, o impacto da tecnologia não pode ser subestimado. No Brasil, segundo a ABES o setor de TI movimentou mais de US$ 52 bilhões em 2023, consolidando-se como um dos mercados emergentes mais promissores e não é toa que o Banco Mundial estima que até 2030, 70% dos novos empregos estarão diretamente relacionados à tecnologia.

No entanto, o progresso econômico precisa caminhar lado a lado com o progresso social. Não podemos desassociar um do outro, pois o acesso à tecnologia deve ser democratizado. Hoje, cerca de 2,9 bilhões de pessoas ainda não têm acesso à internet, a maioria delas vivendo em países em desenvolvimento, conforme dados da União Internacional de Telecomunicações (UIT), no Brasil, falamos de 40 milhões de pessoas desconectadas, muitas delas em áreas rurais e regiões periféricas, segundo o IBGE. Falar de tecnologia e não pensar em conectividade e como um carro sem combustível não te levará a lugar algum.

E além da conectividade que é um ponto central e inclusivo existem outros pontos que também são um desafio nesta inclusão, que é o caso das mulheres que embora as representem 39% dos empregos no setor de TIC no Brasil, apenas 20% delas ocupam cargos técnicos segundo a Brasscom (TI INSIDE Online) e apenas 5% dos profissionais negros ocupam cargos de liderança em TI (TI INSIDE Online). Esses números revelam a necessidade urgente de promover mais diversidade e inclusão no mercado de trabalho tecnológico.

Programas como o “Luiza Code”, da Magazine Luiza, e iniciativas de mentoria da Intelipost estão demonstrando que é possível capacitar mulheres e minorias, oferecendo-lhes as ferramentas e o apoio necessários para prosperar no setor.

A necessidade de termos diversidade de gênero e etnia não é uma suposição, mas sim um fato! Um estudo da McKinsey mostra que empresas com diversidade de gênero e etnia em seus times de liderança têm 35% mais chances de superar financeiramente suas concorrentes um dado que evidencia o valor estratégico de promover a inclusão. E que a inclusão pode ser sim um ponto importante em melhores resultado

No Brasil, a desigualdade social e a falta de infraestrutura digital em áreas remotas são desafios consideráveis. Mas também são oportunidades para a inovação. Adaptações tecnológicas que consideram as realidades locais, como as promovidas por plataformas de ensino digital como a Descomplica, são exemplos de como a tecnologia pode ser usada para nivelar o campo de jogo e democratizar o acesso à educação e ao trabalho.

Além disso, investimentos em infraestrutura digital para levar conectividade às áreas mais afastadas do país são fundamentais. A inclusão digital é a porta de entrada para uma série de oportunidades econômicas e sociais, especialmente no mercado de tecnologia, que cresce e continuará crescendo.

Diante de todos estes desafios para transformar esse cenário, mais do que só ficarmos no discurso precisamos de ações concretas. É essencial incentivar a educação digital nas escolas e universidades, preparando os jovens para as demandas do mercado de trabalho tecnológico. Programas de capacitação, como o Brasil Mais Digital e Reprograma, são fundamentais para incluir grupos sub-representados no setor de TI.

Além disso, as empresas precisam adotar políticas claras de contratação e promoção de mulheres e minorias tal como incentivar e apoiar o primeiro emprego. A diversidade deve ser vista não como uma meta secundária ou algo como se diz “para inglês ver”, mas como um fator central para a inovação e o sucesso organizacional. E, por fim, é necessário investir em infraestrutura digital nas regiões mais remotas, garantindo que todos tenham a oportunidade de participar do ecossistema digital, pois não podemos continuar falando e debatendo este tema dentro de uma bolha em que uma grande parcela da população está fora dela.

O futuro da tecnologia será moldado pelas singularidades humanas, e a verdadeira inclusão socioprodutiva só será possível quando superarmos as barreiras educacionais, culturais e sociais. Abrir mais oportunidades para jovens talentos independentes de gênero, cor, raça, posição social no mercado de tecnologia será crucial para garantir uma inovação diversa, representativa e capaz de atender às necessidades de todos.

A tecnologia, em sua essência, deve ser uma ferramenta para conectar, criar e transformar. Se queremos um futuro em que a tecnologia seja realmente inclusiva, devemos garantir que ela esteja acessível a todos, independentemente de suas circunstâncias.