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7 de dezembro de 2022A Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação de Minas Gerais (Assespro-MG), entidade com representatividade na cadeia produtiva de tecnologia em Minas Gerais, lançou um estudo focado no atual momento da formação de mão de obra no setor de TI. O evento foi realizado hoje, dia 6 de dezembro, às 9h, no auditório do P7 Criativo, no hipercentro.
O DIÁRIO DO COMÉRCIO, com exclusividade, teve acesso ao relatório da pesquisa. O documento detalha uma situação já conhecida da maioria dos empresários e bastante discutida na mídia. A novidade, segundo o presidente da Assespro-MG, Fernando Santos, é o caráter propositivo da iniciativa.
“Não tem muita surpresa nos resultados da pesquisa, mas queremos reforçar a necessidade de uma discussão conjunta. Acreditamos que se não trabalharmos uma educação disruptiva e uma formação de lideranças políticas e acadêmicas, vamos continuar fazendo mais do mesmo. Todo mundo sabe que faltam profissionais de tecnologia, mas qual tipo de profissional. Temos que ter ações ‘nichadas’ para sermos mais efetivos. Um dos pontos principais que queremos discutir: não dá para propor soluções se a tríplice hélice não estiver junto. Não teremos algo potente para trabalhar se empresas, academia e governo não contribuírem”, afirma Santos.
O profissional mais em falta é o programador sênior (37,1% das respostas), seguido pelos analistas/desenvolvedores de software júnior e sênior com competência em projetos, empatados com 32,3%; e programador júnior e analista/cientista de dados, com 30,6% (o questionário admitia múltiplas respostas).
Esse cenário vem levando as empresas a um verdadeiro leilão de salários e dificultando a contratação de profissionais experientes. Nesse quesito o Brasil faz parte de uma crise global de mão de obra qualificada, especialmente no setor de tecnologia, e uma disputa internacional por talentos.
O documento da Assespro relata sobre a questão da experiência e salários: “A questão proposta insere a remuneração como foco da discussão entre experiência e condição de mercado para o seu exercício. Há vários desdobramentos em potencial, pois relaciona o reconhecimento da experiência (“demonstrada” e não certificada) e a prática, em sendo distantes, já enuncia ponto crítico para a gestão de perfis e carreiras. Ainda é preciso observar os contextos da legislação trabalhista”.
Para o diretor da Assespro e coordenador da pesquisa, George Leal Jamil, com 26 anos de magistério superior na área de tecnologia, a situação não é desconhecida, mas ainda espanta porque evidencia que a distância que existe entre o mercado e a academia continua grande.
“O que há de mais urgente é aproximar essas pontas. Precisamos ter empresários indo para escola compartilhar suas experiências e conhecimento. De outro lado, a universidade precisa recebê-los não só para mostrar os avanços científicos, mas também para propor discussões transversais, como sustentabilidade e ética, por exemplo. Existem alguns programas nesse sentido, mas são raros. Precisamos de uma ótica mais realista para analisar currículos e admitir cursos voltados para trabalho e para academia. Não é para substituir o teórico, é para fazer junto. O importante é reconhecer que a atividade ligada ao empreendedorismo tem o seu lugar. Na área de TI isso é bastante significativo. A pesquisa deu direcionamento de como a Assespro-MG pode seguir sendo um fórum onde vamos trabalhar para prover essa aproximação”, explica Jamil.
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Fonte: Daniela Maciel – Jornal Diário do Comércio