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Consumidores querem mais transparência no tratamento de dados

A Cisco divulga sua Pesquisa de Privacidade do Consumidor de 2022 (2022 Consumer Privacy Survey), uma análise anual das percepções e comportamentos dos consumidores em todo o mundo sobre privacidade de dados. O levantamento deste ano destaca a necessidade crítica de maior transparência, pois os consumidores dizem que sua principal prioridade é que as organizações sejam mais transparentes sobre como usam seus dados pessoais. A pesquisa também mostrou que, embora os consumidores apoiem a IA em teoria, com 54% dispostos a compartilhar seus dados anônimos para melhorar os produtos de IA, muitos (65%) perderam a confiança nas organizações devido ao uso dessa tecnologia.

“As organizações precisam explicar suas práticas de privacidade de dados em termos simples e disponibilizá-las prontamente para que clientes e usuários possam entender o que está acontecendo com seus dados pessoais. Não é apenas legalmente obrigatório, a confiança depende disso”, diz Harvey Jang, vice-presidente, vice-conselheiro geral e Chief Privacy Officer da Cisco.

Este ano, 81% dos entrevistados concordaram que a maneira como uma empresa trata os dados pessoais é um indicativo de como ela vê e respeita seus clientes. Essa é a porcentagem mais alta desde que a pesquisa foi iniciada em 2019.

Consumidores adotam cada vez mais medidas para proteger seus dados

Em resposta ao desgaste da confiança na capacidade das empresas em proteger os dados, muitos consumidores estão agindo para proteger melhor suas próprias informações.

76% dizem que não comprariam de uma empresa em quem não confiam na forma como tratam seus dados.

37% indicaram que trocaram de provedor por causa das práticas de privacidade de dados e no Brasil, esse índice é maior, de 47%.

53% dizem que gerenciam suas configurações de cookies em um site antes de aceitar.

46% dos que possuem um dispositivo de escuta doméstico (listening device) dizem que o desativam regularmente para proteger sua privacidade.

Desconexão entre empresas e consumidores quando se trata de IA

Tecnologias em constante evolução tornam difícil para os consumidores confiarem seus dados para empresas. A maioria dos entrevistados acredita que os benefícios potenciais da IA superam o risco, desde que haja uma anonimização adequada em vigor, pois 54% dos entrevistados estão dispostos a compartilhar seus dados pessoais anônimos para ajudar a melhorar os produtos e a tomada de decisões baseadas em IA.

No entanto, há uma desconexão entre empresas e consumidores: enquanto 87% das organizações acreditam ter processos para garantir que a tomada de decisões automatizada seja feita de acordo com as expectativas dos clientes, 60% dos entrevistados expressaram preocupação sobre como as organizações estão usando seus dados pessoais para IA. As medidas que as companhias podem tomar para resolver isso inclui dar aos consumidores a oportunidade de desativar o uso de IA e explicar como seu aplicativo de IA funciona.

Desejo de que o Governo desempenhe um papel principal

Por fim, mais da metade dos entrevistados acredita que o governo é quem deve desempenhar o papel principal de guardião dos dados dos consumidores. Muitos não confiam que empresas privadas sejam responsáveis com dados pessoais por conta própria.

Como os governos e organizações continuam exigindo proteção sobre os dados transferidos para fora do País, estão estabelecendo mais exigências de localização de dados, obrigando que eles sejam armazenados fisicamente no país ou região onde foram coletados. No entanto, a localização de dados tem um preço. Um outro estudo da Cisco, Benchmark de Privacidade de Dados 2022, mostrou que 88% das organizações pesquisadas têm custos operacionais adicionais significativos devido à localização de dados. No mundo, os consumidores estão divididos quanto ao apoio à essa prática se ela aumentar o custo dos produtos, sendo 41% a favor e 41% contra. No Brasil há mais consumidores contra a localização de dados (50%) do que a favor (39%).

“Esperamos que os insights desta pesquisa motivem as organizações a continuar priorizando o desejo de seus clientes por segurança, privacidade e transparência”, disse Brad Arkin, vice-presidente sênior, e Chief Security and Trust Officer da Cisco.

Fonte: TI Inside