Os investimentos do Brasil no mercado de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) alcançaram US$ 90 bilhões em 2024, alta de 14% sobre o ano anterior (US$ 79 bilhões). Os dados foram compilados pela consultoria IDC e apresentados pela Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES).
De acordo com o levantamento, a previsão para 2025 é que o setor brasileiro de TIC cresça 7,2%, com um pequeno avanço de telecomunicações (2,9%), que mantém a tendência dos últimos anos. O ranking global é liderado pelos Estados Unidos (US$ 1,8 trilhão), seguido por China (US$ 619 bilhões) e Japão (US$ 238 bilhões).
Entre as empresas, o estudo mostra que soluções como redes autônomas e privativas, satélites de baixa órbita (LEO), APIs de rede, nuvem nativa, redes móveis privativas e 5G Advanced, aliado às estratégias de monetização, são as iniciativas que devem ter maior atenção da iniciativa privada neste ano.
Para se ter ideia, 25% das companhias nacionais dizem ter a intenção de contar com satélites como tecnologia de conectividade.
“A tendência deste ano, tanto no Brasil quanto no mundo, também mostra que os ambientes multicloud se tornaram uma realidade dentro dos ambientes híbridos. As empresas não querem depender apenas da nuvem ou de infraestrutura própria, mas sim adotar a solução que melhor atenda às suas necessidades, demandas específicas e políticas de governança, que em alguns setores são mais rígidas”, afirma Jorge Sukarie Neto, conselheiro da ABES e responsável pelo estudo, em coletiva de imprensa.
Data centers e infraestrutura
Um dos fatores que influenciaram para os gastos em 2024 foi a Inteligência Artificial (IA) Generativa – cerca de 90% das companhias relataram a adoção da tecnologia em ao menos um caso de uso.
Esse movimento também foi acompanhado por uma modernização de data centers e redes corporativas, com 28% dos provedores realizando ajustes na infraestrutura para suportar a carga decorrente da IA e de novos usos.
Além disso, o IDC também aponta que as redes de alta velocidade (Ethernet de 400G e 800G) estão se tornando essenciais para suportar a crescente necessidade de processamento de dados.
“A IA Generativa já é uma realidade no ambiente corporativo brasileiro, impulsionando investimentos e reconfigurando a infraestrutura de TI. A evolução expressiva na adoção da IA reflete não apenas o seu potencial transformador, mas também a necessidade crescente de modernização dos data centers e redes para suportar essa revolução digital”, diz Sukarie Neto.
A estimativa é que a os gastos com infraestrutura corporativa (servidores e armazenamento) supere US$ 1,1 bilhão neste ano, com boa parte (32%) dos recursos destinada para casos de uso de IA. Por outro lado, os serviços os gastos com estruturas de data centers devem girar US$ 1,3 bilhão, uma trajetória de crescimento sustentada tanto pelos hyperscales quanto pelas empresas. No caso da nuvem pública, esse patamar deve chegar a US$ 3,5 bilhões.
Tecnologia da Informação
O setor brasileiro de Tecnologia da Informação (TI), que exclui telecom, apurou avanço de 13,9% em 2024, superando a média global (10,8%). Na avaliação do IDC, a expectativa é que TI cresça em um ritmo mais lento em 2025 (9,5%), acompanhando a tendência mundial (8,9%).
Dessa forma, os investimentos nacionais alcançaram US$ 58,6 bilhões ao longo do último ano, patamar que representa crescimento de 17,67% na comparação com 2023 (US$ 49,8 bilhões). Esse nível de aporte inseriu o Brasil na 10ª global entre as nações que mais investem no setor, em um ranking liderado pelos Estados Unidos (US$ 1,5 trilhão), seguido por China (US$ 446 bilhões) e Japão (R$ 167 bilhões).
O patamar de aportes em TI no ano passado também colocou o Brasil como líder absoluto na América Latina, com 34,7% de market share. O País é acompanhado pelo México (22,1%), Argentina (13,6%) e Chile (6,5%). Na região, os investimentos somaram US$ 169 bilhões no mesmo período.
