Governo institui Estratégia de Desenvolvimento para o Brasil
3 de novembro de 202003/12 – Workshop online | Comunicação Assertiva, fale bem, comunique-se melhor!
4 de novembro de 2020Em um estudo com mais de 50.000 lideranças, Jack Zenger concluiu que os piores líderes perdem dinheiro das organizações, já os melhores produzem lucros e obtêm o dobro de retorno em comparação aos outros 90%. A qualidade da liderança influencia diretamente nos resultados. Então, o empreendedor que deseja fazer seu negócio crescer precisa desenvolver competências de liderança. Desenvolver sim, pois saber liderar não é um dom nato e pode ser aprendido.
Trabalho com pequenos negócios desde 2014. Ver uma empresa crescer é uma das experiências mais inspiradoras que existem. Quando uso a expressão “crescer” não me refiro necessariamente em se tornar uma gigante ou um unicórnio das startups. Mas, aumentar expressivamente suas receitas e otimizar o resultado. Crescer é um caminho desafiante para o empreendedor, pois exige que ele também cresça, faça a equipe e a empresa crescerem juntos. Isso demanda maturidade para lidar com os novos desafios, sair da zona de conforto e adotar uma postura lifelong learning.
Para o empreendedor, um dos desafios do crescimento é praticar o desapego. Ele não consegue mais “abraçar o mundo”. Então, é preciso confiar nos colaboradores e delegar. Delegar não é “delargar”. Para muitos empreendedores, isso é difícil por vários motivos: acham que a equipe não irá fazer tão bem quanto, não confiam ou não querem abrir mão do “controle”. Então, é preciso desapegar, delegar, confiar nos colaboradores, se dedicar à estratégia e assumir a liderança. É preciso sair da operação, olhar o todo e conduzir à mudança. Para delegar, duas condições são importantes: 1- coragem do empreendedor para deixar de fazer boa parte do que fazia. 2 – Ter a equipe certa, confiar e monitorar. Sem as pessoas certas, delegar para crescer é impossível.
Empresas e pessoas crescem juntas. Isso passa a exigir mais do empreendedor inteligência emocional e competências em gestão de pessoas. Uma boa parte deles não está preparada para conduzir tais transformações. A liderança é o termômetro da cultura. Quase toda mudança na empresa começa com mudanças no comportamento das lideranças. Uma pesquisa da Gallup apontou que 70% do engajamento é reflexo do que a liderança faz ou deixa de fazer, como feedbacks, elogiar de maneira sincera, dar oportunidade de crescimento, etc. Então, desenvolver bons líderes é uma premissa para crescer.
Liderar pelo exemplo é uma máxima. Muitas pessoas se demitem dos seus “chefes”. Não adianta cobrar humildade se você é arrogante, já dizia Rony Meisler, da Reserva. Não pense na relação empresa-colaborador como uma relação mecânica, pautada apenas no dinheiro e no trabalho. Oriente essa relação pelo norte pessoa-pessoa. Afinal de contas, é isso que é, pessoas lidando com pessoas o tempo todo. Negócios agora, mais do que nunca são “humans to humans”. Empresas engajadas com as pessoas sempre obtêm mais engajamento das pessoas.
Com o crescimento, você vai liderar outros líderes. Líderes conservadores fazem empresas conservadoras e líderes sensacionais constroem empresas sensacionais. Crescer exige que o empreendedor olhe para si todos os dias e pense em formas de ser e fazer melhor. É necessário que ele se encare verdadeiramente, tenha humildade e aceite que o caminho é construído por todos ao despertar o melhor de cada um. É um processo de assumir falhas, valorizar as vitórias, corrigir consistentemente e se desenvolver. É uma trajetória de autoconhecimento dolorosa e que o torna vulnerável, mas necessária. Crescer como pessoa jurídica exige que a gente cresça como pessoa física.
Gustavo Terra – consultor especialista em gestão e inovação