Empreendedor: 3 dicas de como estruturar um bom negócio e lucrar com ele
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14 de junho de 2018Mauro Moura, consultor empresarial*
Em seu novo livro “The Startup Way”, que ainda não foi lançado no Brasil, Eric Ries, autor do best seller Lean Startup, expõe a dificuldade e preocupação dos executivos de empresas grandes e tradicionais em acompanhar a velocidade das mudanças causadas pela revolução digital, colocando em risco a sobrevivência dessas organizações no ambiente empresarial. A solução apresentada por Ries em resumo é algo já conhecido, o “velho” empreendedorismo corporativo, só que agora com uma importância destacada na organização e utilizando as técnicas e ferramentas das startups, ou seja, com uma força e roupagem nova. A ideia é que a empresa moderna, como ele denomina, se transforme continuamente e de forma ampla, como se fossem smartphones que devem ser atualizados constantemente. Mas isso é complexo e complicado de fazer, não? Ries admite que é um desafio e que as organizações devem começar com pequenos passos de forma simples a introduzir a cultura do empreendedorismo.
Nesse novo livro, o autor compartilha algumas ideias de como viabilizar o desenvolvimento dessa habilidade – a transformação contínua – definida pelo autor, como a capacidade da empresa moderna de testar e aprender com suas experiências. Baseado em suas próprias experiências na “trincheira”, como Eric diz, experiências em projetos que vem conduzindo em empresas grandes e tradicionais como GE, Toyota e até de empresas que haviam crescido muito rápido como Airbnb e Dropbox. O autor aborda no livro, que as estruturas organizacionais devem funcionar como os aplicativos de um smartphone, ou seja, devem ser dinâmicas e serem atualizadas conforme as mudanças no meio e os novos projetos forem implementados. O problema atual é que as mudanças estão ocorrendo, mas as estruturas permanecem basicamente as mesmas.
Como tornar a organização dinâmica e flexível? Uma das soluções propostas no livro é que as organizações devem criar times de startups internas que seriam coordenados pelo líder do departamento responsável pelo empreendedorismo na empresa, que pode ser a área de Marketing, Inovação, Tecnologia da Informação, etc. Essas startups internas seriam responsáveis por fazer acontecer as ideias, que poderiam surgir de qualquer lugar da organização, através de projetos. Ries aponta que essa nova função da estrutura será responsável pelo gerenciamento do empreendedorismo.
Essa estrutura e o gerenciamento do empreendedorismo na empresa moderna devem ser mensurados com métricas de progresso e não com as métricas tradicionais de gestão. Caso contrário, segundo o autor, o sistema de mensuração atual “mataria” essa iniciativa, tendo em vista que os mesmos precisam de algum tempo para serem experimentados e desenvolvidos na prática com os clientes. Soluções como adquirir startups podem não funcionar porque o ecossistema das empresas tradicionais não é propício para o crescimento das startups. Segundo Ries, a cultura das empresas grandes não combina com a cultura das startups, a inovação pode ser sufocada.
É interessante o paralelo que o autor faz entre os executivos responsáveis pelo gerenciamento do empreendedorismo na empresa moderna e os empreendedores de startups. Segundo Ries, os dois precisam das mesmas coisas: financiamento, acesso livre a recursos escaláveis quando necessário, equipe multifuncional especializada, padrões de prestações de contas e compromisso com a verdade sobre o progresso do projeto.
Apesar de terem as mesmas necessidades, os contextos são diferentes. Com isso, os empreendedores corporativos sentem dificuldade e ficam preocupados em como acompanhar a revolução digital. Ao contrário dos empreendedores de startups, os executivos não estão empoderados para estruturarem equipes e capacitá-las com as ferramentas adequadas para fazer com que a organização se torne um smartphone. A solução proposta em “The Startup Way”, por Eric Ries é justamente começar o empoderamento e o gerenciamento do empreendedorismo corporativo com pequenos passos, formando equipes internas, adotando ferramentas e técnicas de startups nas organizações visando conseguir que a empresa se transforme continuamente e sobreviva à revolução digital.
*Mauro Moura
Atua na gestão empresarial há 20 anos, liderou projetos de planejamento estratégico, desenvolvimento de novos negócios, inovação e reestruturação organizacional e de processos em organizações de diversos setores, segmentos e portes no Brasil (Petrobras, TAM, Nacional Gás, TGM Turbinas, FIEMG, GASMIG, etc.), tendo atuado na Falconi Consultores de Resultado. Engenheiro Civil pela UFMG, MBA Executivo em Finanças pelo IBMEC e especialista em Engenharia Econômica pela Fundação Dom Cabral. Mauro é CEO da Youber, empresa que atua acelerando negócios e pessoas através de workshops, treinamentos e palestras nas áreas de inovação, estratégia, novos negócios e performance. Mentor de startups.