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18 de janeiro de 2023Receita bruta gerada no comércio de itens desse segmento foi da ordem de R$ 149 bilhões em 2020
As novas tecnologias e a aceleração da digitalização da economia por conta da pandemia a partir de 2020 fizeram com que o comércio de produtos (máquinas, equipamentos, dispositivos) de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) tivesse um salto na última década. De acordo com dados de um relatório lançado pela Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação do Paraná (Assespro-PR), a receita bruta gerada no comércio de produtos de TIC foi da ordem de R$ 149 bilhões em 2020.
Segundo os dados levantados, as vendas no atacado corresponderam a 78% desse total, enquanto no varejo, 22%. Porém, a margem de comercialização no varejo (46%) foi cerca de duas vezes maior do que no atacado (22%), já que no varejo a variação de preço é maior em relação ao atacado.
Para o presidente da Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação de Minas Gerais (Assespro-MG) – entidade com representatividade na cadeia produtiva de tecnologia em Minas Gerais, Fernando Santos, os resultados estão dentro do esperado levando-se em conta a necessidade de digitalização de empresas de todos os setores e portes especialmente no primeiro ano do período pandêmico.
“O estudo mostra que 2020 foi, realmente, atípico, pela necessidade de digitalização não só do comércio, mas de todos os outros tipos de negócios e da vida das pessoas. E esse é um movimento que não tem retorno. Uma vez iniciada a transformação digital, ela não regride. Por isso esses resultados apontam para um futuro de crescimento principalmente porque a economia brasileira ainda tem um longo caminho de amadurecimento a ser percorrido”, explica Santos.
Em 2020, as empresas de médio e grande portes (com mais de 20 empregados), que correspondem a 11% do total das empresas atacadistas e 3% das varejistas, concentraram 91% da receita bruta no atacado e 71% no varejo. A má notícia foi que houve redução -2% no atacado e -6% no varejo na receita bruta, muito em função do impacto da pandemia no ano de 2020, afetando mais intensamente empresas varejistas de pequeno porte (com menos de 20 empregados), cuja redução na receita foi de -21%, enquanto as pequenas empresas atacadistas registraram aumento de 8% na receita bruta. As médias e grandes empresas varejistas (com mais de 20 empregados) conseguiram aumentar a receita bruta em 2,3%, enquanto as do atacado apresentaram queda de -2%.
“Ao longo dos últimos anos tivemos o crescimento do e-commerce que foi ainda mais acelerado a partir de 2020. Esse comportamento do consumidor impôs investimentos em hardware, software e computação em nuvem. Pensando do lado exclusivo da TI, o home office e a chegada do 5G foram fatores de grande impacto. A eles soma-se a migração de empresas e mão de obra para o interior. A expectativa é que o consumo brasileiro nesse setor siga crescendo acima da média mundial”, pontua.
Fonte: Jornal Diário do Comércio – Daniela Maciel