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Startup de RH vai da quase falência ao maior aporte da América Latina

De 2010 a 2015, a Sólides oferecia às empresas uma metodologia de mapeamento comportamental de funcionários. Com uma série de decisões equivocadas nesse período, sem caixa e com demissões previstas, quase faliu. Pressionados, os fundadores Mônica Hauck e Alessandro Garcia resolveram pivotar o modelo de negócio. Dobraram a aposta ao transformar a Sólides em um software para gestão de pessoas com a jornada completa em um só lugar, focado em companhias de pequeno e médio portes. O cliente-alvo foi um dos diferenciais para dar certo.

“Mais de 95% das soluções do nosso setor estão focadas em atender as grandes companhias. Mas quando a gente olha para o mercado, o Brasil é um país de PMEs. De cada dez contratações, sete são feitas por uma pequena ou média”, disse Mônica Hauck, CEO da Sólides.

Para atrair clientes, foi criado um portal com conteúdo voltado a profissionais de RH. Era o início da relação com futuros usuários de seu programa. “Começamos a conversar com esse público a partir da pegada de educação. E nessa jornada intensificamos o relacionamento para oferecer ao mercado uma ferramenta inovadora, que ainda não existia”, afirmou a executiva.

Em oito anos com esse formato, a startup se consolidou como líder do País em tecnologia para gestão de pessoas de PMEs, com 25 mil clientes — mais que o dobro de um ano atrás —, totalizando 5 milhões de vidas impactadas pela plataforma.

O investimento feito ano passado na Sólides é o maior da América Latina em uma RH Tech.

O core da companhia mineira continua a ser o software de gestão de pessoas. Dados internos apontam que a ferramenta proporciona aos clientes 78% de aumento de produtividade, 43% de redução na taxa de rotatividade e 46% de ganho em tempo e eficiência.

“Hoje a rotatividade [de funcionários] dos clientes Sólides é de 17%, menos da metade da média nacional, que gira em torno de 50%”, disse Hauck. “Conseguimos mostrar a economia que geramos. Uma empresa de 150 funcionários economiza RS$ 287 mil por ano usando nossa ferramenta”, afirmou a CEO.

Nova fase

Com o aporte recebido, a startup começou a ampliar sua atuação. Adquiriu a Tangerino, especializada em soluções de automatização de processos em departamento pessoal. Fundador da empresa adquirida, Leonardo Barros foi anunciado como diretor de novos negócios da Sólides.

“Conectamos RH e DP com uma solução all in one. Trabalhamos para democratizar o acesso à tecnologia para pequenas e médias empresas”, disse ele.

Além de ser responsável pelas funcionalidades de gestão da jornada de trabalho e gestão de ponto, o executivo comanda o recém-lançado Sólides Benefícios, um cartão flexível que disponibiliza vale-alimentação, refeição, combustível, farmácia, academia, entre outros serviços. Deve impactar meio milhão de pessoas até maio de 2024.

Outra novidade é o lançamento do Portal de Vagas, que visa empregar 1 milhão de pessoas em seu primeiro ano de operação. A plataforma, que facilita a conexão entre as empresas clientes da RH Tech e os candidatos, já possui cerca de 30 mil oportunidades disponíveis.

A Sólides também disponibiliza desde abril a Escola de Pessoas, uma plataforma de educação continuada em gestão de colaboradores.

Tem mais de 150 horas de conteúdo gratuito produzido por profissionais renomados. Mas há também uma outra parte, com informações mais aprofundada, que é paga.

A empresa apresentou ainda o Radar de Rotatividade, uma ferramenta que usa inteligência artificial e aprendizado de máquina para apoiar os clientes da RH Tech na retenção dos seus talentos, outra dor do setor.

Todas essas iniciativas integram o rebranding da companhia, que inclusive trocou sua logomarca — agora na cor roxa, com nova tipografia e acento agudo no “o” —, além de ter o ex-jogador de futebol, palestrante e apresentador do podcast 10 e Faixa (sobre liderança, gestão e empreendedorismo), Diego Ribas, como garoto-propaganda. Após um início desafiador, uma trajetória sólida se apresenta à startup.

Fonte: ISTOÉ Dinheiro – Beto Silva – Editora