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Na mídia – Jornal Diário do Comércio Formar mão de obra é desafio em Minas

Apesar do gargalo, setor de TI colhe resultados positivos no Estado e as perspectivas são de continuar a crescer

A formação de mão de obra qualificada é um dos desafios para o setor de Tecnologia da Informação (TI) no Estado, na avaliação do presidente da Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação de Minas Gerais (Assespro-MG), Fernando Santos.

Em visita à sede do DIÁRIO DO COMÉRCIO, ontem, Santos fez um balanço positivo do setor. Segundo ele, mesmo durante a pandemia a tecnologia foi a área que mais cresceu e que mais apresentou aumento na demanda e esse crescimento deve permanecer até 2023.

O presidente da entidade ainda reforça a importância desse setor nas questões que envolvem a inclusão digital: “Não tem como pensar em inovação sem passar pelo setor tecnológico”, declara.

Santos cita como um dos exemplos dessa boa fase, o crescimento das startups durante os últimos anos. Um dos fatores para esse fenômeno, na visão do presidente da associação, é a necessidade de digitalização das empresas para que elas se mantenham no mercado. “Eu falo que toda empresa hoje é de tecnologia, ela precisa de base tecnológica e do setor (de tecnologia). Não é só o setor privado, mas também o governo cada vez mais precisa se digitalizar, e tudo isso necessita de empresas de prestação de serviços voltados para o setor tecnológico”, explica.

Desafios

O presidente da entidade mencionou também alguns desafios, que para ele são de grande relevância para o setor tecnológico no Estado. Um deles é a falta de profissionais para o setor de tecnologia, a ponto de muitas vagas ficarem abertas durante meses.

“Acho que o primeiro ponto (a ser resolvido) é mão de obra, e para resolver isso a gente entende que é um fator crônico, não só para a tecnologia mas também para demais setores econômicos do País. A gente entende que para começar (a resolver), principalmente no setor de tecnologia, no ensino básico – hoje 5% das crianças que se formam no ensino básico não sabem matemática e português, isso é um problema crônico -, a gente entende que lógica de programação tinha que ser dada no ensino básico, para que comece a preparar”, relata.

Santos conta que esse tipo de ação já é praticada em países desenvolvidos e que eles já estão colhendo os resultados. Ele entende que no Brasil o ensino já é deficiente e cada vez mais distante de formar o profissional da maneira que o mercado de trabalho precisa.

O presidente da Assespro destaca a discrepância entre um profissional que sai da universidade e o que o mercado necessita: “Às vezes o que ele aprendeu na universidade está longe do que o mercado precisa. Então muitas empresas estão se tornando universidades para este tipo de profissional”, conta.

Outro ponto é a  migração de empresas para outros estados. O presidente da Assespro-MG conta que muitas delas não conseguem enxergar vantagens competitivas em permanecer em Minas Gerais.

O presidente da Assespro-MG ainda falou da importância de políticas públicas, como incentivos à inovação e à tecnologia, e da desburocratização no setor. Além da necessidade de trabalhar com inclusão digital, trazendo pessoas que antes não tinham acesso a esse tipo de informação; e de desmistificar o significado de inovação, visando a potencialização do desenvolvimento econômico das pequenas empresas.

Expectativas

Já sobre as expectativas para o próximo ano, Santos demonstra estar bastante otimista para que 2023 seja um ano promissor para o setor de tecnologia, mesmo com os problemas envolvendo a falta de profissionais no mercado, com mais de 400.000 vagas que não são ocupadas. “A nossa expectativa é muito positiva, porque cada vez mais o Brasil necessita e é vital o crescimento em desenvolvimento digital. Então não tem como não esperar um 2023 promissor”, declara.

Fonte – Diário do Comércio | Leonardo Leão