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19 de outubro de 2020As operações de 83% das pequenas e médias empresas (PMEs) de toda a América Latina sofreram impactos causados pela pandemia, apontou uma pesquisa da Americas Market Intelligence. Os 17% restantes são negócios, em sua maioria, de setores essenciais. Muitos fecharam, alguns sobreviveram e outros cresceram ao aproveitar oportunidades. Mas, existe algo que todos eles poderiam ter feito para reduzirem o impacto da pandemia? Vivemos na era da imprevisibilidade e as estratégias de antes podem não funcionar mais. Fala-se de um “novo normal”, mas as circunstâncias de mercado nunca foram normais e previsíveis.
Fazer um negócio acontecer é um exercício de muito trabalho, disciplina e flexibilidade. Não existem receitas prontas e nem atalhos. É uma jornada cercada de pequenas conquistas, incertezas e medos. Então, mudar talvez seja uma das poucas verdades inquestionáveis sobre ter um negócio. E esta transformação diária pode ser dolorosa para empreendedores, lideranças e colaboradores. Para mudar empresas é preciso mudar pessoas e sair da zona de conforto. Exige inteligência emocional para liderar de forma inspiradora e construir um caminho com e para todos. Sozinho você consegue ir rápido, com as pessoas certas você vai longe. Como líder, você conduz à mudança, mas não a executa sozinho.
Mudar coloca empreendedor e empresa vulneráveis. E “vulnerabilidade não é ganhar nem perder. É ter a coragem de se expor, mesmo sem poder controlar o resultado.” Já dizia Brené Brown. A pandemia obrigou os negócios a se engajarem em processos intensos e atrasados de transformação. Se não muda pelo amor, muda pela dor. E uma das piores aflições em uma empresa é estar à beira da falência. Este é um grande motivo para querer mudar. A inovação, a transformação digital, o olhar humanizado para colaboradores e a visão customer centric já eram tendências e davam as caras bem antes da pandemia. O que a COVID-19 fez foi acelerar nos negócios uma mudança que a sociedade já endossava. Transformações começam pelos consumidores, eles lideram as retomadas e as recessões econômicas. Por exemplo, antes de serem usadas por empresas, redes sociais já eram usadas por pessoas.
Como empreendedores, devemos mudar o negócio antes para sobreviver melhor quando chegarem as crises e estarmos mais preparados para as oportunidades. “Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças”, disse Darwin. E o que vivemos hoje é quase um “processo darwiniano”. As empresas precisam de plasticidade suficiente para se reinventarem o todo tempo, orientadas pelos clientes, tecnologias e tendências. Acontece que esperamos a crise para nos engajarmos em processos de inovação, e não deveria ser assim. Nossa postura deve ser proativa, não reativa. Quando há um comportamento reativo, pode ser que a empresa não tenha mais tempo.
Então, por onde começar um processo de mudança? Pelas lideranças, que irão defender e encabeçar processos de transformação da cultura empresarial junto com os colaboradores, focados em gerar valor para clientes. Mudar o negócio é, antes de tudo, um processo top down. Portanto, aproveite agora para começar a criar uma nova cultura no seu negócio, embasada na escuta ativa de clientes internos e externos, no olhar atento às tendências e na tolerância aos erros. Normalidade agora é aprender a reaprender sempre. Inovar precisa ser um processo gerenciado, diário e consistente. A cultura da mudança ágil vai ajudar seu negócio a suportar melhor outras crises que virão. E, quando surgirem as oportunidades, seu negócio vai aproveitá-las melhor.
Gustavo Terra – consultor especialista em gestão e inovação