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Programação e as salas de aula: o retrato de uma relação cada vez mais distante

Por Adriano Ventura – Gestor na Diretoria de Inclusão Digital da Prodabel

Como você reagiria se eu lhe dissesse que a Programação pode mudar o futuro da humanidade? 

Em tempos de pandemia muito se fala sobre o legado que o novo Coronavírus deixará para as próximas gerações. Há quem acredite que o distanciamento social e os novos hábitos possam transformar radicalmente nossa sociedade. O chamado trabalho remoto trouxe uma perspectiva positiva para um cenário até então sombrio. Em meio a demissões e quedas drásticas de faturamento, o teletrabalho ganhou força. A Confederação Nacional do Comércio estima que durante a pandemia essa alternativa tenha crescido cerca de 30%. Mas teríamos números tão expressivos caso a Covid-19 não existisse?

E o mesmo acontece com a nossa educação. Em um mercado que cresce, mesmo diante de uma das piores crises econômicas globais, são raros os casos em que temos no Brasil salas de aula que ensinam cada vez mais cedo as crianças a programarem. De acordo com o relatório da IDC Brasil, o setor de TI deve seguir com alta de 5,8% em 2020. O levantamento afirma ainda que as telecomunicações devem registrar aumento de 0,7% e a TI Coorporativa alta de 7,6% neste ano.

No Colégio Visconte de Porto Seguro, em São Paulo, o contato com lógica da programação começa ainda no ensino infantil, por meio das aulas de Linguagem Digital. Os pequenos, com idades entre 5 e 6 anos, trabalham no desenvolvimento de aplicativos que mais tarde são utilizados em sala de aula. Excelente! Mas infelizmente uma exceção. O Índice de Inovação Global listou Suíça, Suécia, Estados Unidos, Países Baixos e do Reino Unido como os cinco principais países que investem em tecnologia. O Brasil? Sexagésima sexta posição.

Outro exemplo é a Inglaterra, que desde 2015, conta com a programação como disciplina obrigatória no currículo. Além disso, desde 2012 os ingleses abrigam a iniciativa Code Club, uma rede de voluntários que ensinam a linguagem das máquinas como atividade extracurricular nas escolas, bibliotecas e outros espaços de convívio por meio de jogos, animações e páginas na internet.

Do celular à catraca do ônibus, dos games a equipamentos de limpeza, a programação está cada vez mais presente no nosso dia a dia. E se quisermos deixar de ser controlados pelos softwares para passar a controlá-los, temos que entender como eles funcionam. Mais do que meros usuários, precisamos ensinar as crianças a serem criadoras dessas tecnologias.

Programar exige estar sempre atento e pronto para agir. Cobra saber o que fazer sob pressão, mas também estar preparado e bem orientado caso o inesperado aconteça. Oferecer, cada vez mais cedo, a possibilidade de levar a Programação às salas de aula, faz com que as crianças possam entender ainda jovem o termo “pensar fora da caixa”. Ensina a ter humildade de assumir erros, mas também a saná-los. A Programação é cíclica: tem começo, meio, mas não tem fim. E agora, também acredita que a Programação pode mudar o mundo?